PERFÍDIA

O teu desprezo fez

corroer meu pensamento

cerrou cortinas de ferro

misturou-se ao desalento

foi capaz de envenenar

o meu mar de ego bento

Pôs-me em cárcere privado

quando pensei que me amasse

Não cuidaste que era eu

quem estava no impasse

apertou meu peito como

se eu pedisse que marcasse

um lanho em minha alma

com o punhal do teu disfarce

Carinho, ah que carinho!

teu carinho é uma espada

com dois gumes afiados

golpeou desapiedada

no teu sestro assassino

converteu o tudo em nada

Aí caí em teus braços

incapaz de me livrar

nem eu, nem meu próprio peito

do teu vil dissimular

ao querer mudar o mundo

faz o petardo estourar

e o meu coração ingênuo

em pedaços vai ao ar.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 20/06/2020
Código do texto: T6982584
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