Minhas primaveras
Minhas primaveras
Há tempos vivo em estações invertidas.
Alma inquieta.
Mente repleta.
Intimidade contrita.
Minhas primaveras no sertão castigado.
A aurora do verão no frio sistemático acelerado agoniante pensamento.
Não colho mais no outono.
O inverno se confunde com inferno.
Perdoe pessoas, não tenho menosprezo pela paz, mas constantemente estou a viajar.
De estação a estação, no trilho, no cais, no clima temporal fugaz.
Oh minha primavera castigada.
Flor da aflição desabrochada.
E ainda assim.
Vivo.
Sou como o boldo em Hiroshima.
A bomba é violenta.
Vem pra destruir.
Mas existe um botão de rosas.
A esperança.
É contestada.
Ela.
Sim.
Faz nascer.
Devera.
Primavera.
Eu sinto.
Alegria.
Vai florescer.
Giovane Silva Santos