Minhas primaveras

Minhas primaveras

Há tempos vivo em estações invertidas.

Alma inquieta.

Mente repleta.

Intimidade contrita.

Minhas primaveras no sertão castigado.

A aurora do verão no frio sistemático acelerado agoniante pensamento.

Não colho mais no outono.

O inverno se confunde com inferno.

Perdoe pessoas, não tenho menosprezo pela paz, mas constantemente estou a viajar.

De estação a estação, no trilho, no cais, no clima temporal fugaz.

Oh minha primavera castigada.

Flor da aflição desabrochada.

E ainda assim.

Vivo.

Sou como o boldo em Hiroshima.

A bomba é violenta.

Vem pra destruir.

Mas existe um botão de rosas.

A esperança.

É contestada.

Ela.

Sim.

Faz nascer.

Devera.

Primavera.

Eu sinto.

Alegria.

Vai florescer.

Giovane Silva Santos

Giovane Silva Santos
Enviado por Giovane Silva Santos em 09/06/2020
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