Toda escuridão que nasce dentro.

Há sinais, que sós

A se deixar ficar

Pelos caminhos vão

A vida foram promessas

Essas

Foram quebradas

Muitas

Antes mesmo de ser prometidas

Mas somente a parte

Que me foi cabida

É igual mirar o Sol

Pra não ver sombras

O mundo equilibrado

Num barbante

Que no instante seguinte

Não parece forte

Difícil saber

Que desde o princípio

Essa previsível

ausência de força e de norte

Não podia ser sabida

A verdadeira escuridão

Que é viva e só

no pensamento

E cega tanto quanto a luz do Sol

Há sinais

Que vemos

Se estamos sós

E sinais que não se lê

Sigo sozinho

e sei somente

Impossível

Buscar em nenhum horizonte

A fonte de luz

Que poderá satisfazer

Plenamente

O monte de escuridão

Dentro nascida

Lento é o movimento

A palavra

Que não quer

E nem pode ser ouvida agora

Espera e depois ela volta

Um dia

O silêncio que se fez forçado

Há de iluminar mais claro e alto

do que todas as palavras juntas

ouvidas

ao longo da vida

Toda escuridão

Que nasce dentro

É fera

Que corrói o tempo

e dói a alma

de forma

Que um dia, lá no futuro

A voz que vem do escuro

desespera

e por isso ela grita.

Edson Ricardo Paiva.