Medo




De repente o mundo ficou pequeno para nós,
sem saber, podemos nos esbarrar
em alguma esquina;
tenho medo.
Tenho medo de tremer,
de voar como folha seca,
de umedecer a boca, também seca,
de marejar meus olhos secos.
De repente tenho medo,
medo de confessar,
sem ter muito que falar,
medo deste destino,
das peças que ferem,
que transferem saudades.
De repente tenho medo de amanhecer,
e enfrentar meu interior,
e descobrir que nada existe,
que viver, é viver pelo fato de ter vida.
Tenho medo de repente,
de pensar que sou diferente,
por cultivar um amor,
que a distância leva pra longe,
que tenho medo de esquecer... De repente.