Lamento de poeta

Sei que tenho estado meio distante...

Tenho buscado inspiração

como todo poeta o faria.

Postei-me de papel nas mãos

isolei-me dos tons e sons.

Meu olhos varreram os mínimos detalhes.

Tentei buscar o fundo das coisas...

Das flores, da música e das cores.

Não tenho escrito aquelas palavras!

Me fiz guardião das noites

fiquei pra esperar as estrelas...

Meus poemas tornaram-se quase invisíveis!

Meu dilema disputa comigo como um ferrenho

oponente.

Será que o poeta em mim, está fora de si!?

Ontem rasguei dezenas de folhas.

Nelas estavam escritos versos ocos

extremos vacilos a rima.

Tentei construir idéias concisas.

Procurei escrever como um bom moço,

mesmo que fossem poesias imprecisas.

Não conseguia sequer agarrar-me ao

fio da meada.

Meu o sentimento corria de mim

como uma caça desesperada...

Eu era caçador de arma emperrada

Cadê a poesia? Nada, nada de nada!

Construí frases absurdas!

Mordi os lábios, tentando lembrar fatos

imagens diluídas pelo tempo.

Repassei velhos documentos

ouvi até os sons de Beethoven

que não ouviu!

O poeta sumiu!

Na verdade, pelo que vejo;

perto de um poeta, não

passo de rascunho ou de ensaio

Peço mil desculpas

sei que um poeta é inevitavelmente

desculpável!

Agora, devo voltar à realidade!

Sou de fato um escrevinhador.

Aprendiz da arte da busca do bem viver.

Sou um sujeito sem maldade,

que busca de jeito desesperador,

uma fórmula de aprender

apenas escrever...

José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 16/10/2007
Reeditado em 19/02/2008
Código do texto: T697034
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