Deixa-me voltar a ser criança!

Crianças que riem!

Como as admiro!

Como as invejo!

Os risos que saem dos seus rostos

Resplandescentes e crepitantes

Como as chamas de uma fogueira.

Riem com o corpo;

Riem com a alma;

sorrir, rir, gargalhar.

Como são audaciosas?

Como podem sorrir tão fácil?

Rir enquanto eu choro?

A dor que me consome a alma;

Que me faz pesar o corpo;

Não quero estas falsos fatos de adulto.

Esta pobre mente sem perspectiva,

Sem imaginação!

Deixa-me voltar a ser criança!

Deixa-me reacender a chama crepitante!

Rir de mim adulto!

Gargalhar como uma criança!

Quero fugir dessa dimensão insensata,

Desta grande desilusão do ser.

Porque crescer não é sinônimo de esquecer?