Rotina





Sem saber para onde ir,
fiquei só.
As noites vieram e se trocavam,
despiam-se à minha frente.
Eram longas, esguias, de corpos sensuais,
mas só me falavam de saudade.
Sem saber o que era feito,
me vi só.
Os dias se vestiam de colar,
sol, brisa marinha, que faziam de você,
apenas de você, uma doce ilusão,
um sonho de verão que durou bem pouco,
apesar do longo tempo sonhado.
Ah, e eu me senti só,
tão só que o tempo passou,
marcado somente pela saudade
que viceja, machuca e se vê em amor.
E o tempo passou, me vi só,
infinitamente perdido na sua presença,
na busca pela vinda da noite nua,
na troca das vestes pela madrugada,
nos fruitivos encontros com os primeiros
raios de sol que maculam a noite,
que se entrega e se perde de amor,
na melancolia que vivemos juntos...