Sorumbático
A certeza que tenho em minhas palavras,
São negadas pelo fito do meu olhar,
Já não sei se sigo em frente,
Ou se paro para depois voltar,
O coração se cala friamente,
Acordo e vejo o dia diferente,
Reparo na cor das flores da árvore,
Do banco da praça logo em frente,
Coisas que já não via, não sentia,
Abro os olhos e mundo já mudou,
Parece que o fim enfim me alcançou,
Aos poucos sem saída, esvazio,
A minha mente e um pedaço do meu coração,
Minhas lembranças tristes, infelizes,
Estas não consigo que se vão,
Não sei se serei capaz de caminhar,
Meus pés descalços sempre tiverem,
Um chão macio e terno para pisar,
Uma mão bem leve e me guiar,
A dor do fim, sem querer, é agora a mão a me levar.