Irreverência ao encontro




Não importa o tempo
nem o momento,
o azul já fez, nobre e fiel
aos teus,
aos meus,
nos sonhos que olhos viram,
na luz que se apaga,
na voz que se cala,
nas mãos que se soltam,
no abraço desfeito
a boca espera pelo risco,
o fecho
sem desfecho,
do beijo que depreende
o último sabor,
que teve gosto de festa
quando a luz se apaga.
Não faz o momento,
não faz a hora,
que importa agora
se a vida outra vez se abre,
se parta sem marcas
que ficam pelo rosto
com gosto de tempo,
sabor de chuva que pinga,
goteja,
viceja,
se põe na festa que se apaga,
na luz que se lança
sem sabor, sem momento,
nem hora,
pelo tempo já sem importância.