Não Fomos Festas
Na festa que não era minha,
também não foi sua.
A noite se despiu,
ficou nua,
quem viu, participou, recolheu
o sonho que foi seu,
o motivo todo meu.
Véus brancos voaram,
véus romperam-se,
céus azuis aplaudiram
pela noite que se fez quieta.
Na festa que não foi nossa,
que matou a ilusão;
da boca o adeus veio a mão,
do olhar o desvio das linhas,
a lágrima quedou ao chão.
Na festa da noite nua,
os passos se trocavam na rua,
no balanço do vento sequer trocado,
corpo a corpo, antes ladeado,
riscaremos o véu,
marcando no céu
mais uma estrela cadente
que cai, rola, despenca
pelos arranha-céus,
também envoltos pelos véus
da noite despida,
rompendo nossos laços
em algum véu, na festa que não foi minha,
nem sua...