Minha terra



Um dia pensei, quis
na terra seca e fria,
quase centro de tudo,
no meio do meu país
lançar a pedra de um lar.
A pedra que não era pedra,
um quase pedaço de torrão
bateu e rolou em meu rosto
esfarinhando-se pelo chão.
Fui por aí, sem casa, sem morada
e “na morada” do alheio
eu vi, ela se viu sem rumo.
Fomos trocados, opostos ou oponentes,
sem vingar a própria semente,
sem trançar os elos
nem transar os anseios,
daquilo que parecia duro feito pedra
mas, também foi só um torrão
que bateu e esfarinhou-se no peito.
A terra que era o centro,
hoje, ladeia, margina o Rio,
Rio de tantos janeiros em festas
de verões que pareciam inacabáveis.
E eu fui por aí desmanchando em torrões
na saudade dela ex na morada,
de terra fria e seca,
centro nervoso das minhas tensões.