Lamento
Ser, por nunca ser,
eu seria novamente
uma peça a mais,
sequer uma gota que fosse
das horas de lágrimas,
dos tempos de saudade.
Ser, por nunca ser,
seria mais uma vez
o alvo irônico,
o apito final daquele jogo,
jogo de empurra
na dança sem freios,
no berço da conquista.
Ter, por nunca ter,
teria eu por acaso se tivesse,
as glórias, a paz, os sorrisos?
Teria aos ouvidos, os clamores,
aos pés vegetariam os amores
e nas camas todo o êxtase
para saborear e cuspir fora o não,
quando buscavam o sim.
Se fosse ter por não ser
os valores cobrados
seriam meras cantoneiras,
eu, sim, seria o centro,
o alvo das ilusões,
o desgastamento eu seria,
estaria despojado de tudo que sou,
por não ser e apenas ter.
Ser, por nunca ser,
eu seria novamente
uma peça a mais,
sequer uma gota que fosse
das horas de lágrimas,
dos tempos de saudade.
Ser, por nunca ser,
seria mais uma vez
o alvo irônico,
o apito final daquele jogo,
jogo de empurra
na dança sem freios,
no berço da conquista.
Ter, por nunca ter,
teria eu por acaso se tivesse,
as glórias, a paz, os sorrisos?
Teria aos ouvidos, os clamores,
aos pés vegetariam os amores
e nas camas todo o êxtase
para saborear e cuspir fora o não,
quando buscavam o sim.
Se fosse ter por não ser
os valores cobrados
seriam meras cantoneiras,
eu, sim, seria o centro,
o alvo das ilusões,
o desgastamento eu seria,
estaria despojado de tudo que sou,
por não ser e apenas ter.