Reticente


As purpurinas desprendem da fantasia,
aquela que
vesti um dia,
casualmente por você.
Foi um longo carnaval,
trocamos,
usamos,
forjada a pedra,
a doçura das nênias
bem antes do vendaval,
antes que
as pautas fossem preenchidas
de mim para você,
em sonoros cânticos,
regadas pela lágrima que quedou,
baixou,
picante e silenciosa.
A fantasia despojada,
me mostra para o mundo
vazio, transfigurado,
recuperando os anos nas faces;
sem saber,
nem querer
ir a fundo para entender, se merece
tudo, tudo isto de Deus,
tentando ver também,
que a vida não é só minha...