É tempo de maré mansa

Desligada de tudo que tenta lhe fazer mal.

Ela resolveu pegar a onda do sobrenatural.

Com a maresia que lhe convida a sonhar.

O mar não perde tempo e logo lhe chama para nadar.

Desprendida de conversas a fiar.

Ela só curte o balanço do mar.

Não adianta lhe prometer um sol lindo ao raiar do dia.

Ela sabe que a qualquer momento só terá "balde de água fria".

Acostumada à avistar faróis de longe.

Quando chega perto, ela não se esconde.

Já aportou em lugares que não lhe fizeram bem.

Resolveu seguir para o seu próprio porto, sem ninguém.

(Rafa Entre Linhas)