Correios.

Não existe palavra pra mensurar

o enorme buraco que fez em meu peito.

Não há descrição exacerbada ou abismal

pra dizer o quanto posso sentir aqui dentro.

Simplesmente porque você resolveu

ter o riso mais perfeito e imensurável de toda minha existência

neste pequeno mundo.

Só apenas porque você decide abrir seus lábios, cor de pétala,

e jogar sílabas contra meu rosto gélido neste inverno.

Indescritível e totalmente com todo o sentido

posso te dizer que você não é qualquer pessoa,

não posso deixar que diga tchau,

não posso deixar que vire as costas agora.

Não quero ser nenhum fantasma abrindo sua porta,

muito menos alguma lembrança no travesseiro.

E mais uma vez

não consigo achar nenhuma palavra pra tentar, no mínimo,

te explicar o que eu sinto nesse momento.

Só deixa o silêncio fazer parte desse momento,

deixa nossos lábios perto um do outro.

Não precisa dizer nada,

espero que possa ouvir saindo de meus olhos a te olhar,

cada palavra.

Eu tô apaixonado por você,

e nada me impede de dizer:

“vem pro meu abraço”, “vem pro meu canto”,

e se não for incomodo… “vem pra minha vida”.

E esse nome, olha esse nome,

não vou esquecer.

Não é como um endereço que não sei chegar

ou uma correspondência que não puderam entregar.

É tão fácil de marcar,

tão único.

Ou será que é eu que estou tão vidrado?

Ficaria com você fácil, sem erro,

igual a um selo raro dos Correios.