Caminhos trocados

 

Nem sei o que foi feito das amantes amadas, e nem sei se as amadas amantes, que rolaram como águas inexistentes e passadas, se fazem em seus ninhos prazeres constantes.

Nem sei, também, se existo nas fábulas, nos pequenos retoques de poesia que escrevo, nem sei se há o enlevo, se estou passado como o mistério dos segundos, dos minutos que foram vencidos.

Talvez eu seja como as amantes que se foram, que busco o encontro e que me perco nas paralelas, nos caminhos que se separam.

Talvez eu seja um fruto das amantes, tão amadas, só que sem ninho, sem prazeres, envolto nas coisas que criei, perdido nas páginas rabiscadas.