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Caminhando contra o desafio,
contra o ingresso no tempo presente,
curo minhas feridas pelas noites,
lutando pela luz nas manhãs ausentes.
Feito de capitais desfeitas,
de distritos sem donos,
de tronos sem reinos,
tropeço na vida, ao abandono,
ferido de tudo,
prelúdio sem barreira.
Caminho contra o mundo,
destroço a vida em cada esquina,
sou reflexo de minha retina,
fluxo de rio imundo.
Um dia eflúvio, prece,
em bocas saltei seguro,
fui sonho, brejo que emudece.
Hoje, sou mais que lamento,
revolta de desafio e dor.
Sou gente que gente inventa,
fruto de tudo, menos de amor.