Questão arbitrária
Foi engraçado ouvi-la defendendo o outro,
sentir o amor misturado à paixão da impossibilidade (possível),
ter a certeza de que ela, finalmente, agora ama de verdade (o acessível)
e entender que o que vivemos foi mera projeção (amor frustrado).
De quantos pecados ela se cerca, enquanto o tempo a castiga?
O amor proibido sempre foi e sempre será aquilo o que a instiga?
Ou a leviana presença é a que se faz necessária?
Amor de areias escarnecidas, sobre as quais transitam esgotos,
nada mais em mim se aninharia, além de sentimentos rotos,
e aquela velha questão, de agora em diante, é arbitrária...