Operador solitário
Mais um dia se passou
Para o talentoso operador
Que confecciona sorrisos nos lábios alheios
Trazendo-lhes toda espécie de satisfação
Lançando arco-íris em suas superfícies monocromáticas
Cegos à constituição de obscuridade do operador
Eles apenas suplicam por sorrisos, em clamor
regozijados pela dádiva adquirida
Seguem em partida
Apáticos naturais
Não ousam olhar para trás
ou não entendem o que veem
No intervalo entre as “operações”
O operador mira o infinito e põe-se a pensar:
Com tantas galáxias e planetas no cosmos
Seria possível um planeta onde os seres fossem suplicantes e operadores ao mesmo tempo?
A ideia confortava seu coração cansado e contaminado.