O negrume da flor
Pus-me de cócoras,
Olhei à minha volta
E observei: O meu amor
É semelhante a esta flor!
Arranquei-lha da terra,
Levantei-me e fui à querra!
Eu não sou de porte atlético,
Senão mancebo poético.
Estou tenso à beça;
Não me passa pela cabeça
O clima de já ganhou,
Senão o de já vaiou ...
Tê-la-ei em meus braços?
Seguir-me-a-rá seus passos?
Ser-me-ei poeta amado?
Ser-nos-emos eternos namorados?
Cheguei à casa de seus pais,
Percebi que havia pessoas sem paz,
Sem alegria, sem brilho ou cor;
Apenas insuportável odor.
Trêmulo, pus-me a chorar ...
Angustiado, pus-me a orar:
Por que os meus planos
Se tornam odientos há anos!?
Que ódio! O que era para o início
Tornou-se-me o princípio
De uma depressão profunda!
Isso não oculta mente confusa.
Horas antes, o tic tac do relógio
Ocultou-me odiável velório,
Choros, desesperos e prantos.
Pensei: Feliz a verei - Ledo engano! -
22 horas após desse ocorrido
Eis-me aqui contrito
Sem acreditar que não a vi ...
Oh! Vi-lha, porém, sem vi ...
Oh, não! Oh, não! Não acredito!
Arrancaste-me o dito:
A flor que era sorriso de cristal
Se consolidou silêncio sepulcral.