SOLIDÃO

Solidão é aquilo que muito entristece,

Só é noite, o dia quase não amanhece;

É um enregelar da longa madrugada

Quando raro canta a passarada.

É momento que achaca e corrói,

Quem vê pouco neca se condói.

O que se erguia já não se constrói,

Sonho de outrora que só se destrói.

É sentir que a ocasião passou

E quase nada ou pouco restou,

Porque podia ficar e não ficou

Pela jura que cedo se alquebrou.

Solidão rima um tanto com desilusão.

É não mais ter o leve toque da mão,

E Passar pelo tempo a escutar “não”,

Ouvir o vento sem lhe saber a direção.

É ausência de um abraço apertado,

Um semblante assaz emburrado,

O beijo que não pode ser roubado.

Um olhar atrapalhado, desenganado.

É estar cativo ao que não se queria,

De manhã, de tarde ou de noite,

O dia todo ou durante o dia!

Solidão, tudo de bom ou até ruim,

Sempre a imaginar que a vida é assim.

José Luciano
Enviado por José Luciano em 11/03/2020
Código do texto: T6885710
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