QUEM ERROU?
A ingratidão se veste de amor quando nosso peito ainda bate afoito
Nossa intuição nos alerta por desconfiar não ser este o moço
que me faria feliz ou se um dia me decepcionaria
O mal da mágoa é ser fruto da expectativa criada um dia
Por que não avistei logo que não daria em lugar algum?
Que mal me faria mudar de rota sem receio nenhum?
Paguei pra ver o que escrito já estava como o fim doloroso
Desacreditada, fiquei nadando pelos dois, e ele indisposto.
Não me dei conta que, mesmo tentando, tudo já estava encerrado.
O ego não aceita quando dando o melhor de nós, algo dá errado.
Presa às falsas e inalcansáveis expectativas que criei.
Ignorei a racionalidade sob as duras penas que não cortei.
Antes arrancasse a esperança do que crer que, por acaso, o cenário mudaria
Pobre coração machucado que agora sofre por ter sofrido mais do que devia
A racionalidade tenta acudir a quem de cego, pelo coração, se faz.
É a mesma que me cobra onde estava o amor daquele rapaz
Foi amor mesmo ou você que fantasiou se sentir amada?
Se fosse amor não haveria dúvida porque ele é feito de verdade
Se não foi, então reconheço, em parte, ser eu a culpada.
Acreditei em quem alimentou minha ilusão, dono da outra metade.
Ao fim, concluo que não deveria ter me doado tanto assim.
Se eu soubesse que morreria na dor, teria antecipado o fim.
O mal do coração é, sem razão, persistir.
Ignorou, sem receio, o risco de tudo ruir.
Agora se lamenta pela perda de fôlego de quem se entregou
Agora tem todo tempo do mundo pra se perguntar quem errou.
Maísa C. Lobo
06/03/2020
Às 17:20h