Estrela Solitária
Do caminho eu já passei da metade,
Vi muitas paisagens e encantei-me, as vezes me revoltei, mas,
Até as pedras ensinaram-me.
As dúvidas também me assolaram e,
Eu já pensei em desistir, na caminhada enganaram-me,
O sofrimento já foi meu parceiro.
A solidão comigo esteve,
Juras de amor eu ouvi, encenações, pessoas vazias,
As suas vidas eram mentira.
Um dia, porém, tudo eu percebi,
Fiquei enojado, descobri a maldade,
Então eu me fechei, mas, da dor não me desfiz.
Tento me enquadrar nesse mundo infeliz,
Expressar os meus sentimentos eu não posso,
Dizem que isso são atitudes infantis.
Transparência e verdade é idiotice é senil,
Mas eu sou maluco, acredito em duendes,
Faço desenho nas nuvens, com as estrelas eu converso,
Eu sou apaixonado pelas flores.
Adormeço com as cachoeiras, acredito em besteiras,
Eu me vejo como um pássaro, sobrevoando vales e montanhas,
Ao lado de minha parceira.
Felizes feito crianças, sem destino, o infinito como morada,
Mas sei que a vida é muito dura,
E não permite meus devaneios.
Tenho compromissos e objetivos,
A racionalidade me domina, assim fui ensinado,
O insólito não é para min, poetizar é para os desocupados.
Eu sou um ponto fora da curva, sou pó em plena estrada,
Não sou o início e nem o fim, tampouco sou o meio,
Eu sou no céu, apenas uma estrela solitária