FRIEZA
Este frio de inverno vem de longe gelar minha pele.
Ressecar-me os lábios e avultar a palidez do rosto.
Este inverno me abraça e assim a minha alma fere.
Uma fera eu me amanso a esperar por meu socorro.
Esse frio que vem de fora com um tempo ameniza.
Mais severo é o inferno que se cria aqui por dentro.
Que congela os abraços e os meus sorrisos paralisa.
É o sopro congelante das calúnias e das decepções.
Que parte dos lábios dos que falam e pouco dizem.
Das mãos que não afagam e só apontam acusações.