Desespero

Não ouço

Não vejo

Não nego

O desespero me cobre

Fingindo aumentar meu ego

Porém o vazio é grande

E graças a minha sanidade não tolero.

Sinto o desespero para eu brilhar

Pois não quero ser excluído

Ser expulso do meu lar

Sofrer danos irreparáveis

Pelos meus semelhantes

Que só fazem me acusar

Apenas quero fazer parte

De uma vida pacata e ilusória

Com a sociedade

Que me cobra a toda hora

Para que me torne apenas mais um

E me junte a maldade.

Não sei pra onde correr

Nem pra onde ir

Não há o que fazer

Se não me aderir

Aqueles que são cegos

Que não sabem o que fazem

E da miséria que ri.

Oh céus, é tão superficial

Que não aguento mais!

Ser só mais alguém

Que participa da seita

A seita humana

Que tortura o planeta

De forma mais branda.

Deixo minhas lástimas

Aos futuros herdeiros

Pois nada posso ajuda-los

A não ser

Por meu desespero.