A Sizígia
Varrendo o quintal com a vassoura de galhos
Tirando as folhas secas que caíram dias atrás
Lidando com a horta e os cachorros
Foi com você que eu quis mais
Subi no topo daquele morro
Corri para não me atrasar
Levei um caderno e um lápis
Para aguardar a Sizígia chegar
Corpos celestes que se cruzam
Neste universo sem fim
Meu coração dança com eles
Na espera do seu sim
Sentado de frente para o sol
Nesse fim de tarde eu posso ver
Sentir a brisa quente que alisa a pele
E entender que não posso te ter
Contemplo impérios de nuvens
Que abrigam luz e energia
Nem mesmo Thoreau havia imaginado
Um amor para se ter todo dia
O tédio e as horas incontáveis
A boca seca sentindo o desconforto
O gigante que habita aqui em casa
As vezes atraca no seu porto
A gente quer quem não quer a gente
A gente é egoísta e acha que pode cobrar
De pessoas que não conhecemos
Atenção e carinho à dispensar
Para o futuro apenas coisas boas
Aprendi que muito diz quem permanece silencioso
Sem ter orgulho nenhum eu juro
Apenas deixando de ser ansioso
Sua frustração não foi resolvida eu sei
Antes era você quem me cobrava
Eu posso sentir a confusão de longe
Mesmo sem trocar uma palavra
Somente quando eles se alinharem
Eu vou poder te ter
Olhando para o futuro no universo
Esperando a Sizígia acontecer