OS BALÕES DE ÁLVARO

imerso no passo

na rua do abismo lateral

cigarro empunhado

pra disfarçar o corpo desajeitado

pelo menos algo para segurar

me descubro aos anos

me cubro noutros

nesse descubrio

descobri que conheço ninguém

meus parentes são estranhos

meus amigos me estranham

eu fujo

escondo-me em minhas entranhas

o chão da caverna é mais confortável

como num tiro ao Álvaro

novamente sou acertado com a dúvida

puta

se deita comigo sem permissão

me bate à cara

cinco dedos estendidos

"PRA QUE PORRA SERVE ESTA VIDA?"

eu não sei responder...

aquieto-me e acaixoto-me

uma caixa de surpresas indigestas

um presente que não se presenteia

...noite pálida.

sem gozo, nem nada.

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Lâmpada de Porão
Enviado por Lâmpada de Porão em 08/01/2020
Código do texto: T6836961
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