SOBREVIDA
Até quando ela, a vida, vai insistir
Se a injustiça parece maior que o amor?
O ser bom vive ou apenas pode existir?
Nesse mundo onde os gritos são de dor
E se tudo que há de vida, apenas sobrevida
Mergulha na mais profunda aflição
Onde o mal parece vencer morte e vida
E as gentes dão abraços apertados na solidão
Até onde vai a miséria e o desengano
Se a ternura se perdeu pelos cantos?
O ser humano é vítima e tirano
Nesse abismo profundo de prantos
E se eu pudesse sumir por um segundo
Submersa no limiar da morte com a vida
Onde o bem pudesse ser meu mundo
E as andanças, bem mais que sobrevida.
Éryka Patrícia Ramos Pereira (Caruaru/PE)