O que diria Bukowski?
Um soco na boca do estômago um chute na cara.
A garrafa se espatifa no chão gélido de Dezembro;
Talvez se eu fosse Caetano sem lenço ou documento vagaria mais por ai mas um pequeno monstro me assombra sobre as suas teclas e algarismos numéricos;
Me fazem vasculhar as memória de um HD que armazena o que a memória humana já não lembra;
Nele navegando numa noite turva dou me de ante de nossas fotos, lembranças, conversas e apreços; E remete tudo quase que hoje não tenho.
Estarias melhor? em meu atual estado? tento me convencer de que sim, não sei, talvez, entretanto a amarga esperança ainda ressurge nos meus dias de sol. O telefone que nunca toca a carta que não chega, a solicitação que você bloqueia, o cheiro de morte fétida que rodeia a sepultura do seu sentimento por mim.
Entretanto de algum modo eu ainda espero com um buque de rosas murchas na mão que algo feneça ou aconteça, acredito que a inércia e os olhos fechados desse sentimento, são como um coma e que ele vai acordar de alguma forma, e caminhar lentamente unindo de algum modo nossas mãos;
Mas até quando vou esperar? até quando terei tempo pra isso?
Um novo amor em sua vida seria a morte dessa esperança maldita, e eu espero isso com certa ansiedade, de mim já nada posso fazer, olhando ou não as nossas antigas fotos sei que inevitavelmente indubitavelmente ainda amo você;
[Escrita num 31 de Dezembro qualquer, dedicado a JSM]