COLIBRI SOB CHUVA CARMIM

Um dia, apenas, e pôs fim ...

Esperava mais, mas esperança

Derradeira caixa de Pandora ...

Um colibri pousou-me assim,

Uma música sem nenhuma dança-

Isso só entende quem se aflora ...

Gotas de chuva sabem-me carmim,

Esperava tudo feito conto de fada,

Contos que se conta às crianças.

Música assim, sem começo ou fim;

Música que agora canta o mais nada,

Música que só me canta lembranças.

O peito dói agora feito cratera,

Cratera de um vulcão extinto,

Esqueceu-se dos anseios da espera,

Já não reluz ou traduz o que sinto.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 16/12/2019
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