PÉRFIDO VENÉFICO
Irrompeu no coitado coração
E aplicou-lhe impetuoso alarido
Inoculou seu veneno com irrisão
O fez tênue, taciturno, indeciso.
 
Com arroubo o ignóbil fez morada
E trouxe paz de um jeitinho ardiloso
O pacóvio emplacou uma emboscada
Foi aos poucos se tornando belicoso.
 
Quão venéfico se tornou o dito ser
Fez rasgar a alma dela nas entranhas
O pernóstico sorria ao vê-la sofrer
E ela incólume se achava estranha.
 
Mas um dia pachorrento ela acordou
Libertou-se de tamanha letargia
Fez um plano recôndito, se amou.
E voou com liberdade e alegria.
JOEL MARINHO