POEIRA...
Olho o firmamento na amplidão do meu verso,
E fixo o olhar ao passado, muito mais que antes,
Parece que apenas vejo a fumaça do universo...
Dos meus sonhos, das ilusões e nós como amantes!
Vejo apenas as marcas dos nossos passos na areia,
Vivo cambaleante, perco o rumo, a mente vagueia!
Um vazio tremendo me incomoda e minha lucidez,
Que já nem existia... Abandona-me, na embriaguez!
Poeira da vida, do tempo, do espaço... Do inferno!
Que sem piedade apaga todos, todos os sentimentos,
Anos a fio eu os cultivei, reguei com amor eterno...
Mesmo que me causassem inesquecíveis ferimentos!
Hoje, sou, eu mesmo, apenas essa negra e fétida poeira,
E o vento leva ao infinito, feito folhas de amendoeira!...
Aqui, hoje, 21.07.2012
19h38min [Noite]
Estilo: Soneto