PALADAR

Ele diz que o amor é algo

Pelo qual não se deveria lutar

Se para conquistá-lo necessitasse de alguma estratégia

Nunca seria guerrear

A presença dela o deixa constrangido

Ele está sempre perto, mas nunca esteve junto

A beleza dela o mantém inibido

Também o inspira e lhe aguça os sentidos

Ela lhe permite o tato ao tocá-lo num cumprimento

E num abraço ele sente a maciez de sua pele;

No olfato, inebria-se ao sentir o cheiro dela

E descobrir o seu perfume no ar;

Ele expõe sua alma no olhar

E seus olhos revelam o brilho da paixão;

Na audição, a voz rouca dela nem precisa dizer não,

Pois a boca que o faz sonhar, bem sabe ele,

Negar-lhe-ia o paladar.

"Poema composto ouvindo PÉTALA, de Djavan"