Crepúsculo Definitivo
Quando a luz do Sol
Na Aurora do meu ser
Transpassava a escuridão,
Transcendendo a melodia sombria
Que sobrepujava minha alegria
E harmonizava-se
Com a sombra de Minh‘alma,
Que se perdia num repuxo de tormentas.
[...]
A madrugada me seduzia
Tão sutilmente...
Chegava a perder-me de minha própria essência.
Quando percebia, já me via
De fronte para o abismo
Das minhas memórias perdidas,
Deturpadas sob medida desmedida.
Desmoronei abismo abaixo,
Até encontrar meu destino inevitável;
Afogava-me nesse oceano sombrio,
Perecia aos seus repuxos incessantes
De incertezas e lamentações...
[...]
Regozijo-me por ser livre...
Mas preocupo-me com os caminhos que sou obrigado a percorrer,
Sob as responsabilidades que essa liberdade desafia-me a cumprir (Mas que é a liberdade?).
[...]
Por fim, larga-me a madrugada.
Desperto uma vez mais
Para a questionável realidade.
Sei, porém, que as tormentas tornarão,
Assim como a Aurora acabara de tornar
[...]
Na Aurora de Minh’alma,
Sob sua luz vertiginosa,
Esclareço-me deveras.
Às alturas,
Sob a companhia de um gigante luminoso,
Meu espírito se aquece, se esquece...
Dilui-se a matéria obscura.
Devaneio...
Porém, sob essa luz vertiginosa,
Despenco...
Caída a queda,
É inevitável.
A indesejada Aura Escura,
Que sufoca e que enterra,
Retorna mais poderosa.
Desta vez foi definitivo.