Já não importa
Vi que sucumbia, amor...
E me senti perdido,
em seu olhar despido,
acusado do sol se pôr.
Seus desejos se fizeram ausência.
Já não se importava de ser,
apenas ameaçada permanência...
A mim importava tê-la,
como amável visão passadiça,
como curta sombra que atiça.
Via como as vozes lhe chegavam,
e, como as tornava em música e alimento;
e, como iluminadas em seus olhos afloravam.
E, fui me projetando em seu rosto,
sem angústia, sem desgosto,
buscando perdidos fragmentos...
Mas cedo me sepultei
em ensombrecido recosto,
oh, nele era para sempre:
o sol posto...