DESILUSÃO

ANDARILHOS

Pegadas nítidas marcam pisadas profundas.

Sofridas fendas deixam pelo caminho em atalhos

Vidas de andarilhos em frangalhos!

Sem eira nem beira... Sem estribeiras andam

Pra lá e pra cá... Sem rumos em túneis profundos

Pobres andarilhos da existência... Sua essência

É sofrer calados... No silêncio de sua consciência!

Sôfregos e trôpegos, desnorteados e desamparados...

Ausentes do presente... Sem passado nem futuro...

Seus augúrios maledicentes são presságios indolentes

Colhem o que plantaram como frutos maduros

Nos esconjuros de uma vida pecaminosa e doente!

Por atalhos pedregosos e espinhentos caminham;

Na companhia de emboscadas perigosas são surpreendidos

Desafiadoras ameaças e astutas serpentes atacam

Suas inexistentes defesas... Todas as sortes de torpezas

Afundam no lamaçal vidas sem moral nem certezas!

Seres criados de afogadilhos, fora dos trilhos;

Na poesia da vida são desprovidos de estribilhos!

No seu papel apenas um borrão sem bordão!

Jose Alfredo

Jose Alfredo
Enviado por Jose Alfredo em 22/10/2019
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