VENENO E ANTÍDOTO.
VENENO E ANTÍDOTO.
Meu paraíso psicótico é sorrir
E com muita decepção eu perdi essa vontade
Me alijaram dessa demência, que muita falta faz ao mundo
Com extrema habilidade, com eterna ingratidão
Que foi parida no meu quarto, num conjunto de vil grandeza
No afago de muitas mentiras.
Há tantas maneiras de fazer um homem frigir
Mas nenhuma supera a maldade.
No subterrâneo da aparência habita algo imundo
E em sua proba limpidez ronda a traição
Onde reza o seu choro sem lagrimas com frieza
Construindo suas pseudoverdades arriba de boas maneiras
E toda essa estirpe nojosa faz qualquer alma vomitar.
Qualquer razão se perde na lógica do irracional
Não me venha dar conselho de amor, quem nunca amou
O amor é remédio que cura, mas também pode matar
Veneno e antidoto do mesmo animal
Cicatriza com o tempo, mas não se esquece o que passou.
Ouço o clangor dos meus batimentos
Meu silencio veste a foto do adeus
Meus olhos têm a verdade dos sentimentos
Não mais são enganados pelos olhos teus
E nesse ritmo de frenética tristeza
Aprenderei a amar de novo, n’outra incerteza.
CHICO DE ARRUDA.