Agonia
Refugiou-se na alma
Janelas fechadas enfim
Quis a certeza do agora
Não mais ver seu fim
Início sem horizonte
O qual não via ali
Como pode então
Querer na alma existir
Olhos estranhos que olham
Pretendem a certeza roubar-lhe
Sorrir o riso amargo
Cravar o espinho em sua carne
Não vê sua alma as luzes
Do horizonte finito que almeja
Agora distante ele existe
Levou o sorriso e a beleza
À porta...esperança
Senhora e dona da chama
Já não fala, se cala
Pois sabe a quantos engana
Seu calor lhe aquece as entranhas
Alcança sua alma em perigo
Que anseia notícias de longe
Daquele horizonte perdido
Notícias que escondem
A esperança que encerra
E se cala na ausência
Daquele horizonte que era
Que agonia, lhe fala
Não abra a janela, lhe implora
Esconda-me dos olhos
Que me veem após a aurora
Roubar eles querem
A esperança que cala
Na ausência da fala
Daquele horizonte que vive
Respondendo aflito
Tal anseio vivido
Lhe sussurra aos ouvidos
O horizonte decide
Se te deixa a esperança
Ou liberta ao gemido