Deixo ir
A lágrima que se mistura à chuva
Enquanto caminho pela rua
Escorre depressa
E eu devagar ,caminho
deixo pra trás
O dia cansado
A chuva molha o meu rosto
E começa a engrossar
Logo,sinto o gosto do choro
Salgado
Que nem mar
O sinal fica vermelho
É hora de atravessar
Mas o tempo para
A chuva cessa
E ando depressa
Para logo chegar
Em casa,enfim
Da janela do quarto posso ver a rua
As luzes que acendem,apagam
do outro lado
Uma fumaça distante
Que se perde com o vento
E se deixa voar
A fumaça me lembra o amor efêmero :
Aquele que passa
E se deixa levar
No deserto jardim
do meu peito saturado
Rego as plantas que estão secas
Por falta de cuidado
Retorno até mim
Desfaço os labirintos
Tiro as pedras do sapato
E por fim
Aprendo a plantar
A colher
A viver o amor
que ficou no passado