"Impermeável consolo da palavra deixada,"
"Fora de casa sois pinturas; nos quartos, sinos; santas, quando ofendeis; demônios puros, quando sois ofendidas; chocarreiras no governo da casa e boas donas do lar quando na cama".
(Hamlet) Ato II - Cena I
...
ei,
vítreo! do retrato calado, do aço e ar impermeável, dissoluto
ó, esgrima! a que te serve-me esse ato cirúrgico e pomposo?
pois, se destrata o equilíbrio, dá-me causa pra seguir de novo
pois, se te trata de adornar-me, não! eu só queria isso e tudo
mas, ó espelho desses dias, em erros que também fui e faço:
diz-me da tua cura, que te sei caminhar ao meu lado e anuncia,
é saída? é castigo? é meu torpe desejo a ser-me inimigo e caso?
ó, vítreo lado de apostas e blefes que dei e, já agora, não deveria?
é.. este prêmio que consola-me? uma porta e uma escada no céu?
ó, vítreo estado de mim, em sólido corpo que assim, te vê e acusa:
do meu crime de páginas, sou rei! e do meu lado de falhas, ó musa,
por que tardou o meu efeito? quem te disse no que creio, e. ao léu?
vê a minha asa arrancada.. é meu compasso e bússola e nadas, agora
é minha honra calçada! em curva de ser escuso ao mar que te devora
- mea culpa?