Quase nada
A primeira decepção,
o último tremor na voz
e mais um trago amargo.
O primeiro sonho azul,
a última declaração de amor
e mais um copo liquidado.
Lembranças, sombras,
esperanças de um futuro agora.
Sacrifícios de um espírito
sem boas memórias.
Versos verdes
que não dizem nada.
Olhos tristes
e boca
praguejada.
Quando o dia acaba,
preza e fera
voltam
a ser
colher e garfo
nunca usados.