Audácia.

Venero certa virtude;

Não me incomodo em dizê-la.

Não me incomodo mais em dizê-lá...

Venero a audácia.

A audácia do primeiro raio de Sol,

Logo pela manhã, em rota segura, alcança as minhas pálpebras.

Que é?

D'us! Que é esta energia fulgurante

Que bate na porta do meu palacete inconsciênte?

A invejo. A cobiço.

Já vivi o bastante, não me engano mais!

Sei que ela não me pertence,

Nada senão doce sonho de consumo perpétuo...

Quando preciso dela, meu espírito se agasalha com a couraça da inépcia interior e da inércia exterior.

Resta-me esperar,

Esperar a oportunidade morrer;

A ameaça de ruptura na homogeneidade do cotidiano desgraçado é contida!

Minha alma se aquieta,

Meus olhos se encharcam.