O dia está cinza.
O dia está cinza.
Faz Sol, não há nuvens no céu,
Os pássaros cantam,
O vento me acha o cabelo,
Mas o dia está cinza.
Não há guerra nem destruição.
Não há doença em expansão,
Nem há nenhum alarido que afronte a ordem do Universo,
mas ainda assim…
O dia está cinza.
O dia está inverso.
Busco respostas na natureza, mas ela ri de mim.
Busco respostas na igreja, mas estou sujo demais para entrar lá.
Busco respostas na biblioteca, mas estou disperso,
E ao abrir tratados, eles me esnobam “en passant”…
O dia está cinza.
O meu intelecto reage.
De peito cheio, declaro que o pessimismo é a filosofia mais barata,
Vou à calçada e atiro um sorriso largo ao primeiro infeliz que me esbarra,
Mas ao entrar no meu quarto
E abrir a janela,
O meu corpo estremece,
A verdade lança um grito insuportável
Que tira todo o significado do silente recinto.
O dia está cinza…
Como tudo.