O QUE ME RESTA
Folhas secas em meus passos.
Piso e ouço a dor do mundo.
estalos tristes;
tiros secos;
ritmo dos soluços;
choro rachado e desértico.
Nesse caminho,
como ninho abandonado,
há centenas de folhas gastas;
como asas quebradas,
que caem, como uma lágrima
expulsa do paraíso de seus olhos
O carinho seco aos meus pés,
é o que tenho agora.
Cobrindo os passos futuros.
Meu tempo estacionado.
As horas expostas em
um instante que não cicatriza
O que me resta são restos.
O que me sustenta são palhas.
Nenhum fogo há de queimar.
Trata-se de um mar de cinzas.
E nenhum vento há de levar,
pois veste o peso da saudade.
Vivo o outono, outrora,
estação datada no tempo,
Agora estacionado em mim.
Restos que roubam o chão
e deixam apenas a lembrança
que meu sim foi seu não.