Chuva de diamantes
Os lindos cabelos negros na foto turvaram meus olhos
O copo pousado em minha mão e minha mão pousada na madeira
Os lindos olhos negros na foto questionaram minha sanidade
E a realidade única dentro daquele papel encarou a foto de mim mesmo
E a noite continuou a percorrer seu interminável túnel de lamentos
Enquanto os ratos se afogavam e as pessoas choravam por usas almas
Os sons do esgoto e das buzinas lentamente desaparecendo
À medida que a música dentro do lugar contava verdades sobre o amor
Eu não queria chorar, mas as notas insistiam para que eu o fizesse
Ouça nossas vozes enquanto o mundo desmorona e enterra a si mesmo
Já passa da hora e nem sinal da aurora para iluminar os anjos moribundos
E diante de tão certa resolução os pilares tombaram sob seu próprio peso
Alguns passos me deixaram a encarar uma cortina de diamantes
E as notas não mais insistiam em fingir tal impossível calmaria
Não mais havia guerra entre luzes amarelas ou prateadas
E quando entendi tudo aquilo na foto todo o resto sorriu para mim
Eu caminhei suavemente para a estrada que nenhum homem conhece
Tendo em meu bolso e mente aquela imagem de realidade inalcançável
E enquanto lentamente desaparecia em queda interminável
Um jovem sonhador acreditou por um momento que via uma chuva de diamantes