Nós desfeitos
Quebrei a taça antes de tragar teu vinho,
doce como o fel de nossa despedida
sob o sol da chuva caída
entre as tais flores venenosas
de teu esplêndido jardim abandonado,
infelizmente, bastante perfumadas.
Lembro-me...
Ainda me pediste um beijo injusto.
Trocada nossas salivas fiquei livre,
entristecido com tanta alegria camuflada
nos bolsos vazios desfantasiados,
silêncio da última madrugada,
dor de um desespero.
Foste amada como uma leoa no cio eterno
em meus braços dispersos,
teu olhar nada generoso,
cheio de perguntas tolas e mãos ásperas,
um caminho sem tantas graças,
uma inaudível voz
esperando que a esperança chegasse
e tudo não fosse essa verdade.