“Tóquio”
Roma 21/07/2019
Da liberdade
Sobre ser livre
Hoje discorrem
Os meus dedos
E meus anseios
E antecedo
Por trás das linhas
Por liberdade
Tem sido a luta
Dos meus dias inteiros
Às vezes venço
Em muito perco
Muitas derrotas
Que são vitórias
Disfarçadas
De recomeços
São conquistas
Só há conquistas
Hoje entendo
Tudo faz parte
Tudo são partes
De um enredo
Puro contexto
Dessa conquista
Da liberdade
De mim mesmo
Quero ser livre
Quero ver livre
E libertar
O universo inteiro
Ser inteiro
Seres inteiros
Quero alforria
De todo clichê
Do apego
Dos desejos
Dos sentidos
E do sentido
Que buscava
Me ofuscava
Emperrava
Como amarras
Meu viver
Nosso viver
A palavra ‘Quero’
É convenção linguística
Que me permite
Expressar
E escrever
Um contra senso
Pois é o nome
Do sentimento
Que mais perturbou
E limitou
A expressão
Do meu dizer
E do meu ser
Querer
O quanto quis
O quanto quero
Quanto quisemos
Quanto queremos
Eu e você
?
Eu
Talvez ser livre
Ao menos o bastante
Para entender
E esquecer
O por quê
Os porquês
Como o por quê?
Um nome
Uma cidade
Que não conheço
Nunca estive
Nem estivemos
Onde as pessoas
Acordam
Quando me deito
Me levou
Sem respeito
Com tanta força
De um personagem
Que juntos conhecemos
Até o que sobrou de você
O engraçado
É que liberdade
Como hoje a entendo
Pude sentir
De certa forma
Nesse momento
Sou carcereiro
Ou prisioneiro
Só das memórias
Não do seu cheiro
Nem dos seus beijos
Não do querer
Só o que quero
Neste momento
Nestas palavras
Com sentimentos
Deixar você
Que de novo veio
Sem nem saber
E essas lembranças
Atrevidas
Que se perderam
Perderam vida
Pois meu sentido
Hoje é crescer
Sem culpas
Nem culpados
Sem perdão
Nem perdoados
Apenas bloqueios
Desnecessários
Quem sou eu
Para entender
O que o outro
Escolheu viver
Sigo a estrada
Meu itinerário
Nele não cabe
Nem mesmo em Tóquio
Sua avareza
Sua tristeza
Nem o passado.