A voz que já possui

O tempo me agarra, segura-me por ambas as mãos

Guia-me por teus passos e deixa-me ser eu

Escondo-me em teu abraço vazio

Por teu peito atravesso visualizando minha alma em reflexo

Sua sujeira não me é despercebida

É o que mais encanta em seu vácuo durante minha passagem

Para então encontrar o solo com um impacto leve e atordoante

Para lembrar-me que ainda sou feito de carne e ossos, macios e frágeis

O asfalto aquece minha pele e levanto-me em esperança de um novo deslumbre

Mas o tempo já havia ido a muito tempo