POEMA DO "AMIGO"

De Moises Rodrigues

Gente que vem e que vai

Gente que passa em nossa vida

Alguns vem pra ficar

Outros, logo estão de partida

Alguns marcam pra sempre

Outros, passam despercebidos

Alguns passam a morar no coração

Outros, de entrar são proibidos

Os que entram no coração

Como quem tem a chave de um cofre

Ficam, permanecem

Pela chave do sentimento nobre

Sentimento de amizade

Que no coração fica contido

Bem querer pela pessoa

Que logo se torna amigo.

Vivemos situações

Coisas que nos fortalecem

E quanto mais vivemos

Mais experiências temos

Sentimentos de amizade crescem

Chega a peneira do tempo

Adversidades ainda maiores

Coisas que vêm provar

Peneirar, queimar, testar

Se os sentimentos ainda são nobres

Com o tempo vem a decepção

Com o tempo a gente chora

O que antes era amigo

Antes no coração contido

Apenas “amigo” se torna.

Aqui eu interrompo as rimas

Cruzadas e interpoladas possíveis

Com o coração a gritar

Interrompo pra perguntar

Coisas quase inexprimíveis:

Por que me obrigas, “amigo”

A escrever teu nome entre aspas

Quando na verdade devias estar escrito

Entre as paredes do meu coração?

As paredes que aos poucos foram desgastadas

Pelo ácido do engano, pelas soluções secretas,

Pelo veneno mais mortal, que o próprio Arquiteto do Universo abomina.

Dize, ó “amigo”, que antes eras amigo, o porque de tamanho engano...

Dize, ó “amigo, que interesses estão acima do nosso sentimento...

Dize, ó amigo se, vendado pelo engano,

Coloquei injustamente teu nome entre aspas...

Agora retomo as rimas

Na esperança de uma amizade sincera

Sin cera, no original em latim

Será importante pra mim

Retornar a tudo o que era...

A coluna da amizade

Sem a cera das imperfeições

Sem a cera da falsidade

Apenas os poros da verdade

Sin cera das ilusões...

Poesias de um Pianista em 05/02/2007