TALHANDO OS ERROS

Vou partir no clamor da madrugada

Onde as horas se furtam

Em seu cálice sonolento

Em total silencio

Sem o crepitar de pássaros e ladridos

Sem o viés do arrependimento.

Vestirei a túnica branca

Onde o pecado não será capaz de macular

E o frio me causará dor

Talhando os erros e acertos

Com a temperatura que se exala

Sobre a carcaça do corpo.

Não tenho mais a pressa das horas

Que furtivamente silenciaram em mim

Não escuto mais a voz interna do meu corpo

O coração em bradicardia suspira

Sem desejos de futuro

Sem sonhos de abraços

Em um ritmo apenas para não perecer.

Na calada a porta se fecha

Sem vergar as costas

Sem relances no passado

Sou andarilho furtivo

Pedra caída em abissal loucura

Onde haverá apenas o eco do fim.

================================================

Interação do nosso poeta Jacó Filho, parabéns poeta:

Dos meus erros, cicatrizes,

Vão talhando o que sou.

E feliz, mesmo na dor,

Ajustei as diretrizes...

MARINA BARREIROS MOTA
Enviado por MARINA BARREIROS MOTA em 09/07/2019
Reeditado em 12/07/2019
Código do texto: T6691884
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.