TALHANDO OS ERROS
Vou partir no clamor da madrugada
Onde as horas se furtam
Em seu cálice sonolento
Em total silencio
Sem o crepitar de pássaros e ladridos
Sem o viés do arrependimento.
Vestirei a túnica branca
Onde o pecado não será capaz de macular
E o frio me causará dor
Talhando os erros e acertos
Com a temperatura que se exala
Sobre a carcaça do corpo.
Não tenho mais a pressa das horas
Que furtivamente silenciaram em mim
Não escuto mais a voz interna do meu corpo
O coração em bradicardia suspira
Sem desejos de futuro
Sem sonhos de abraços
Em um ritmo apenas para não perecer.
Na calada a porta se fecha
Sem vergar as costas
Sem relances no passado
Sou andarilho furtivo
Pedra caída em abissal loucura
Onde haverá apenas o eco do fim.
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Interação do nosso poeta Jacó Filho, parabéns poeta:
Dos meus erros, cicatrizes,
Vão talhando o que sou.
E feliz, mesmo na dor,
Ajustei as diretrizes...